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Vitória moral dos “kiwis” em Fiji

“Eu dos os parabéns aos Kiwis por uma corrida extraordinária e um tremendo poder de recuperação das adversidades enfrentadas nesta verdadeira expedição”. Assim o criador do Eco-Challenge, Mark Burnett, recebeu os integrantes da SeaGate.nz, na manhã da última sexta-feira, em Fiji. O time foi o primeiro a alcançar a linha de chegada, após 6 dias e 23 horas de prova, nas areias da praia do Sheraton Royal Hotel.

Foram 500 km de percurso. A canoagem foi o último desafio para os kiwis, apelido dos neo-zelandeses que participam de corridas de aventura. Aliás, foram eles que inventaram a modalidade, com o Raid Gauloises, em 1989. No Eco-Challenge, inventado em 1992, nos EUA mas que ganhou caráter internacional a partir de 1995, a Nova Zelândia havia sido campeã em 1996 e em 1999 antes desta que é considerada a nona edição.

A SeaGate.NZ chegou em dois caiaques, remando sincronizadamente e recebeu presentes típicos de Fiji, além da tradicional champanhe. “Da metade da corrida para cá, só eu e eles mesmos sabíamos que os Kiwis poderiam terminar sequer entre os top 3. Mas assim como na vida, quando as pessoas vão seguindo, vão avançando e trabalham juntas, podem atingir grandes objetivos. Esta é uma vitória moral, que serve para todos nós”, festejou Burnett.

O inventor do Eco-Challenge sabe que o resultado tem um gosto muito especial para os neo-zelandeses. Como PureNZ.com, eles amargaram o segundo lugar na edição passada, correndo “em casa”. Perderam para os norte-americanos da Salomon Eco-Internet, que se tornaram bicampeões. Agora, em Fiji, foi a vez deles se consolarem com o vice.

As dificuldades foram muitas para o SeaGate.com.NZ, que só ocupou a liderança da prova naquele sexto dia, depois que a espanhola Buff-AXN desistiu da corrida, com um integrante machucado. Kristina Penny-Strode’s, integrante feminina do time neo-zelandês também continuou na prova na base do “sacrifício”. Ela passou 12 horas doente, com desidratação.

Kristina se recusou a abandonar a corrida. Ao chegar ao fim da linha, ela disse que somente “a porta da morte” a teria impedido de seguir em frente. O esforço incomum tem uma explicação: na edição de 1999, ela teve de desistir do Eco-Challenge na Argentina depois de uma grave queda de um cavalo, que resultou num tornozelo quebrado.

A falta de sono e exaustão atingiram a todos na SeaGate. A estratégia era não dormir. Mas, no quinto dia, quando a bicampeã GoLite/Balance Bar (ex-Eco-Internet) passou por eles rumo a mais um título, os “kiwis” se viram forçados a descansar.

Pausas e cuidado com os pés – A corrida pelo título foi intensa. Nas últimas 40 horas, dormiram apenas 30 minutos. Foi o esforço final que os fez saltar para a primeira colocação. Um esforço refletido nas pequenas pausas para dormir e no cuidado apropriado com os pés, segundo o capitão Nathan Fa’avae. Para ele, este Eco-Challenge foi o mais difícil de todos: “Excelente percurso, ótima corrida e pessoas incríveis”, elogiou.

Perfil – A equipe campeã, única a representar a Nova Zelândia nesta edição, é composta por Fa’avae, de 29 anos, instrutor de atividades outdoor; Neil Jones, de 40 anos, um veterano nas corridas de aventura: ele já havia sido campeão do Eco-Challenge/99 com o time Greenpeace; Jeff Mitchell, 38 anos, dono de loja de equipamentos outdoor; e Kristina Penny-Strode, 28 anos, professora da educação física na Austrália.

Este texto foi escrito por: Webventure