Pé embaixo mesmo (foto: Marcelo Maragni/ Webventure)
Luís Eduardo Magalhães, BA Continua a marcha Volkswagen Race Touareg a caminho da consagração no Rally dos Sertões. Mais uma etapa (a 4ª das cinco disputadas) apontou os três carros da Volkswagen Motorsport nas três primeiras posições da 2ª maior prova de off road do mundo.. A dupla Nasser/Gottschalk(RedBull/Barwa) com seu Touareg #302 venceu pela 4ª vez nesta edição dos Sertões, mostrando que já se adaptou ao carro e que anda bem em todas as condições tanto no trecho travado de ontem como no velocíssimo percurso deste domingo que terminou com média de perto de 120km/h!
Em 2º lugar a apenas 3m 20s ficou a dupla brasileira Neves/Bampi (RedBull/Mahle/Moura/Cimed) no Touareg#309, à frente desta vez de Sainz/Cruz (RedBull) no Touareg #301 que furou um pneu e teve que parar para prender uma mangueira do seu turbo que se soltou e terminou perdendo sete minutos para Mauricio/Eduardo.
O trajeto tinha como perfil um trial no início, seguido por longas retas, dois pontos importantes para os motores 2.5 TDI a diesel mostrarem a sua combinação de torque e velocidade final.
Com esses resultados Nassser/Gottschalk ampliaram para 11m51s a sua vantagem na Classificação Geral sobre a dupla espanhola, já Maurício viu seus sonhos de chegar ao final em 3º lugar ficarem mais difíceis. É que ficou sabendo ontem à noite que os fiscais decidiram aumentar em 90 minutos o seu tempo (relativo à 2a etapa em que ele chegou fora do tempo ideal), por não ter feito os controles necessários. É sempre bom o pessoal entender que Rally é assim mesmo, tem as suas regras rígidas que foram criadas para aumentar esse espetáculo que mistura velocidade com controle muito particular sobre o tempo. Caímos duas posições em relação ao 8o lugar de ontem mas vamos continuar lutando explicou o navegador Eduardo Bampi.
O Número do dia: Na Etapa mais rápida dos 10 dias deste Rally, os sensores dos engenheiros da Volkswagen registraram no carro de Mauricio Neves/Eduardo Bampi, uma seção de 11,2 km com o acelerador na posição máxima (pé embaixo) – no total das 2h 33minutos de seu tempo hoje, Maurício dirigiu com o acelerador no máximo durante 46,1% do tempo.
1 Nasser Al-Attiyah/Timo Gottschalk (Q/D), Volkswagen Race Touareg 2, em 2h 30m 37.6s (1), Tempo Total nas 5 etapas: 17h 22m 36.8s
2 Carlos Sainz/Lucas Cruz Senra (E/E), Volkswagen Race Touareg 2, em 2h 41m 01.4s (3), + 11m 51.1s atrás do Tempo Total
3 Jean Azevedo/Youssef Haddad (BR/BR), Mitsubishi L200, em 2h 52m 24.9s (5), + 1h 50m 30.0s atrás do Tempo Total
4 Riamburgo Ximenes/Stanger Eller (BR/BR), Sherpa, em 2h 50m 02.0s (4), + 2h 15m 33.0s atrás do Tempo Total
5 Roberto Reijers/Marcos Almeida (BR/BR), Ford Ranger, em 3h 03m 38.2s (12), + 3h 02m 33.3s atrás do Tempo Total
6 João Franciosi/Rafael Capoani (BR/BR), Sherpa, em 2h 55m 52.4s (6), + 3h 03m 57,9s atrás do Tempo Total
7 Luiz Facco/Silvio Deusdará (BR/BR), Mitsubishi L200, em 3h 00m 54.2s (10), + 3h 39m 30.5s atrás do Tempo Total
8 Felipe Bibas/Emerson Cavassi (BR/BR), Mitsubishi L200, em 3h 02m 45.4s (11), + 4h 10m 14.3s atrás do Tempo Total
9 Romeo Franciosi(Deco Muniz (BR/BR), Sherpa, em 2h 59m 33.1s (9), + 4h 28m 19.4s atrás do Tempo Total
10 Maurício Neves/Eduardo Bampi (BR/BR), Volkswagen Race Touareg 2, em 2h 33m 58.1s (2), + 4h 48m 24.2s atrás do Tempo Total
Sessão de Cinema
Bem na altura de Palmas a Belém-Brasília segue o Rio Tocantins, mas a estrada que carrega o fluxo do desenvolvimento faz como o Rio São Francisco: vira 90º para Leste e parte para o sertão baiano. No caminho, a certa altura, antes de subir uma serra a paisagem lembra a Nova Zelândia e os vales do Senhor do Anéis. Formações rochosas, cobertas ou não de vegetação se espalham por uma planície que vai até os contrafortes da serra.
Aí a estrada vai subindo até atingir uma altitude de 850 mes e chegar à Bahia. Na verdade deveria dizer chegar ao Meio Oeste americano, tamanha é a vastidão de terras planas, férteis, fartamente irrigadas e inteiramente cultivadas. Parece truque de filmagem
Aula de Geografia
A região da antiga Mimosa do Oeste (hoje Luís Eduardo Magalhães) dá uma sacudida no Brasil. Brasileiros do Sul (Rio Grande do Sul, Paraná) vieram subindo devagarzinho e são a principal força por traz dessa força agrícola que envolve muito trabalho de sol a sol (previsível e intercalado por chuvas bem dosadas) pesquisa, investimento e uma qualidade de vida especial. Envolve também muita criatividade que aproveita também os poucos os vales para uma plantação mais específica, uma espécie de butique de cultivo.
E agora Rally dos Sertões em dose dupla
Amanhã na verdade vale por dois dias. Deixem que eu explique: o 6º dia da prova tem 557 km de percurso com 361 km cronometrados. Aqui de Luís Eduardo (ou LEM se preferirem) até Barras. Depois de dormir em Barras (ainda na Bahia) são mais 548km de percurso com 240 km cronometrados até Petrolina, já em Pernambuco. Isso tudo sem que as equipes de apoio possam mexer nos carros! Vai valer qualidade de produto e de dupla sabendo o quanto exigir dele.
Este texto foi escrito por: Carlos Lua
Last modified: junho 28, 2009
