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Você faz o que gosta?

Redação Webventure/ Montanhismo

Carregar peso porque eu quero é uma coisa. Carregar uma mochila por que me obrigaram a fazê-lo  é outra história... (foto: Arquivo Helena Artmann)
Carregar peso porque eu quero é uma coisa. Carregar uma mochila por que me obrigaram a fazê-lo é outra história… (foto: Arquivo Helena Artmann)

Na coluna deste mês a alpinista Helena Artmann diz que, para ela, fazer o que se gosta vale muito mais do que fazer pela fama ou pela obrigação.

Tenho me deparado, com freqüência, com inúmeras matérias nas revistas ditas especializadas falando sobre todo tipo de aventuras e aventureiros… Fulano deixou o emprego para viajar pelo mundo de patinete… Beltrano resolveu conhecer os confins da Terra de carrinho de rolimã e por aí vai. Parece que o Brasil experimenta o que outros países já viveram há bem mais tempo que nós: um enorme crescimento de aventureiros, que querem viver do que definiram serem os únicos ou os primeiros a fazerem. E toca a fazer projeto. E toca a correr atrás de patrocínios…

Não os estou criticando, pois eu mesma fiz isto em 1997, quando fui ao Himalaia tentar a escalada de uma montanha de oito mil metros. E continuei fazendo em 1998, quando escalei quatro dos Sete Cumes. Mas cansei. E descobri que pouco importa se a mídia vai noticiar, se o patrocinador vai aparecer. Quero ir para a montanha pelo prazer de ir, em silêncio – ou nem tanto assim. Se pudesse viver disso, não seria mais maravilhoso do que é hoje em dia sempre falei que carregar peso porque eu quero é uma coisa. Carregar uma mochila por que me obrigaram a fazê-lo, é outra história, bem diferente…

Contadora de histórias – Lembro de um livro que li sobre a ascensão ao Aconcágua de uns amigos do Clube Alpino Paulista. Foi escrito por uma jornalista e eu estava, ainda, na faculdade de Comunicação Social. Em resumo, ela pedia desculpas se não descrevesse a história corretamente… afinal, ela era “só uma jornalista”. E, como jornalista, uma contadora de histórias, que não necessariamente viveu-as. Me formei e hoje também conto histórias. Mas, para minha felicidade, a maioria delas aconteceu comigo!

Mais importante do que ser o primeiro ou único, ter seus 15 minutos de fama ou não, é você fazer o que gosta. Isto, com certeza, o fará diferente.

Este texto foi escrito por: Helena Artmann

Last modified: dezembro 15, 2003

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