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Volvo Ocean Race altera percurso por medo de ataque pirata

Redação Webventure/ Vela

Equipe Telefónica  a primeira colocada (foto: Divulgação / Volvo Ocean Race)
Equipe Telefónica a primeira colocada (foto: Divulgação / Volvo Ocean Race)

A pirataria continua a assolar algumas regiões do mundo. Hoje em dia, o que provoca temor nos marinheiros são arpões e metralhadoras, ao invés das antigas espadas e das balas de canhão. Para evitar esse tipo de perigo, a Volvo Ocean Race, maior regata de volta ao mundo mundo (leia aqui sobre a prova), precisou desviar o percurso de uma das etapas.

A segunda perna da competição, que sai da Cidade do Cabo, na África do Sul, e seguiria direto até Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, precisou ser alterada depois de um alerta de risco feito pela Dryad Maritime, empresa de inteligência marítima que assessora a prova. Agora, os barcos irão para um porto seguro no Oriente Médio, cuja localização é secreta, e de lá serão transferido para local próximo de Abu Dhabi, terminando o percurso no destino planejado inicialmente.

De acordo com um mapa da Câmara Internacional de Comércio, que monitora roubos de carga, o Oceano Índico é a região do globo que sofre mais incidentes relacionados a piratas, especialmente o nordeste da África e o sul do Oriente Médio. A Somália, devido à miséria e à instabilidade política, tem sido apontada como um dos principais portos para estes corsários modernos. Esta é justamente a região por onde passa a corrida.

Modus operandi. Os ataques piratas são realizados tanto em busca de cargas valiosas quanto de bens pessoais das tripulações, como relógios e eletrônicos. Quando o material roubado não é vendido, muitas vezes pedem resgates de até US$ 10 milhões pela devolução.

Os navios piratas normalmente saem em grupo das praias somalis, utilizando pesqueiros ou embarcações comerciais roubadas previamente, que são chamados de “navios mãe”. Junto deles vão alguns barcos menores, que transportam homens e armas para a abordagem final.

Tradicionalmente, eles preferem atacar nas águas confinadas do Golfo de Aden, que separa a África do Oriente Médio, ou agem próximos aos principais cruzamentos de rotas comerciais, em mar aberto. De acordo com a assessoria da Dryad, “forças navais têm sido capazes de patrulhar as águas do Golfo de Aden com algum sucesso, mas devido à natureza vasta do Oceano Índico, é muito difícil operar com eficiência, particularmente porque os piratas têm estendido seu raio de ação e chegam a 700 milhas náuticas (1.296 quilômetros) da costa”.

A Dryad Maritime, que atua principalmente na área de inteligência naval, mas também oferece equipes comerciais armadas, é parceira da Volvo Ocean Race desde 2008. A companhia irá fazer um briefing com todas as equipes na prova, alertando sobre possíveis riscos, mas também utilizará um serviço de monitoramento de embarcações. O objetivo é guiar os pilotos por meio das áreas com possíveis ameaças, fazendo apenas o uso de inteligência para evitar incidentes.

Disputa. Até o momento, dos seis navios da regata, três já quebraram o mastro e estão parados para concerto. Quem lidera é a equipe Telefónica, da qual faz parte o brasileiro João Signorini, vencedor na edição 2008/2009 da competição. Na direção técnica do grupo está outro compatriota, Horácio Carabelli. Espera-se que as equipes cheguem na Cidade do Cabo ainda neste final de semana.

Este texto foi escrito por: Pedro Sibahi

Last modified: novembro 25, 2011

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