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Wild Oats XI vence a regatta Rolex Sydney Hobart


Ichi Ban durante as manobras (foto: Divulgação/ Daniel Forster / Rolex)

Bob Oatley, dono do Wild Oats XI e os 23 velejadores da tripulação chegaram exaustos, mas garantiram o bicampeonato na competição. Com dois dias, oito horas, 52 minutos e 33 segundos, eles foram fita azul e, no corrigido também levaram a melhor, mas não conseguiram bater o recorde do ano passado, que pertence a eles mesmos.

O comandante do barco, Mark ‘Ricco’ Richards tratou de esolher uma experiente tripulação, que incluiu a ex-navegadora do Brasil 1 Adrienne Cahalan e o comandante da Americas’s Cup Iain Murray. “Nos últimos dias a tripulação passou por condições extremas. Estou orgulhoso de ter tido a companhia desse grupo e agradeço a todos por essa maravilhosa regata”, comenta Mark.

Logo na largada eles dispararam na saída do Porto de Sidney, atingiram cerca de 23 nós de velocidade e logo na primeira noite apareceu a decisão mais crítica a ser tomada: acompanhar o ABN Amro 1 que se distanciava da costa, ou manter o traçado inshore. Caso decidissem acompanhar o barco holandês, eles teriam mais velocidade, porém um mar mais agitado, já que o concorrente velejava com 30 a 35 nós.

Tática – ”Eu tinha ordens estritas de Bob (ele me falou umas 500 vezes) para voltar para a costa assim que tivéssemos oportunidade”, diz Richards. “Geralmente é vantajoso estar offshore, mas naquela situação com muito vento e o mar mexido demais, nós não queríamos estar lá”, completa o comandante.

Nesse momento a discussão era forte a bordo, já que a tática de Mike parecia dar resultado, pois havia tomado a liderança provisória, mas logo a decisão inicial se mostrou acertada. Após a quebra do mastro do vencedor da Volvo Ocean Race. “Apenas o ABN estava por lá então o deixamos ir, já que todos seguiam pela costa. Eles estavam com 30 nós de velocidade e enfrentando grandes ondas, o que é perigoso demais”, comenta a navegadora Adrienne.

Após a retirada do ABN, eles lideraram a prova até o final e, com 40 milhas de distância para o segundo colocado, entraram em uma calmaria ao norte das Ilhas Flinders e quase foram alcançados pelos adversários. “Estávamos muito perto do Skandia, com distância de cinco ou seis milhas e uma manobra errada poderia fazer a diferença”, avalia a navegadora.

Mais uma vez eles contaram com a sorte e o barco adversário foi ficando para trás e eles puderam aproveitar a confortável liderança. Eles se jogaram ao vento ao contornar a Ilha da Tasmânia e passaram rapidamente pela Storm Bay. Somente após passarem pelo farol de Iron Pot e entrar pelo Rio Derwent rumo a Hobart, é que eles içaram o balão pela primeira vez.

“Eu me sinto com se fosse um jovem garoto novamente. Foi uma grande oportunidade o ano passado e esse ano as condições foram bem diferentes. Eu disse para a tripulação para se manterem seguros que o barco faria o resto. Acreditamos no barco e ele fez um bom trabalho”, comemora Bob Oatley.

Segunda posição – Enquanto o Wild Oats não foi seriamente ameaçado, a briga pelo segundo lugar foi diferente, já que o Skandia e Ichi Ban travaram um duelo nariz a nariz. “Eles passaram de 12 milhas atrás da gente para a nossa frente, como se estivéssemos retrocedendo. Demos um jibe número quatro, jibe de tempestade e um riso na vela principal e eles tinham uma vela principal cheia”, comenta o comandante do Skandia Grant Wharington.

No final, Ichi Ban chegou mesmo em segundo lugar, ao chegar à frente do rival por 16 minutos. “Ter batido o Skandia foi muito bom, todos estiveram muito focados e nos concentramos em ajustar as velas corretamente. Os garotos fizeram um ótimo trabalho e chegar perto do Wild Oats também foi muito bom”, avalia o comandante Matt Allen.

A edição desse ano foi mais lenta devido às condições severas do mar, que causou nove desistências entre os 78 que largaram, incluindo dois barcos com quebra de mastro e um que afundou.

Este texto foi escrito por: Alexandre Koda