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Zé Hélio: “Dakar será a prova em que irei mais preparado em toda minha vida”

Zé Hélio é considerado um dos melhores pilotos brasileiros de rali na atualidade. Com cinco títulos do Rally dos Sertões entre as motos, o brasileiro vai agora em busca do lugar mais alto no pódio do Rally Dakar. Confiante após mais um título brasileiro, o piloto afirma que não haveria melhor momento para voltar aos percursos desafiadores da maior competição off-road do planeta, principalmente por acreditar que está em sua melhor forma possível.

“Esse ano foi um ano bom para mim, porque eu andei bastante de moto. Eu corri todas as etapas do Campeonato Brasileiro, sendo campeão do mesmo. Corri também no Sertões e uma prova na Austrália. Então, 2010 foi bom tecnicamente e na pilotagem, e eu me preparei bem fisicamente na academia também, com dois treinos diários. Então, o Dakar será a prova em que eu irei mais bem preparado em toda a minha vida”, afirmou o piloto.

Além do preparo, Zé Hélio terá em 2011 outro importante fator que deve pesar na busca por bons resultados no Dakar: uma grande equipe. O piloto terá o apoio da BMW SpeedBrain Monster Energy, um dos grandes times de moto participantes da competição.

“É a primeira vez que eu tenho oportunidade de estar em uma grande equipe, principalmente no Dakar, que é o máximo de rali que nós temos. A equipe BMW acreditou em mim para substituir o melhor piloto que eles tinham. Mas também não me passaram essa responsabilidade. Por isso irei tranquilo. Acho que será um dos meus melhores ralis”, contou.

Entre os 10 – Apesar estar bastante confiante para o maior rali do mundo, Zé Hélio mantém a cautela e a humildade ao falar em título. Correndo apenas seu segundo Dakar, o piloto acredita que a falta de experiência pode pesar, mas acha que conseguirá se manter entre os dez primeiros lugares ao longo da disputa.

“Não estou pensando em vitória, porque eu ainda sou um cara inexperiente no Dakar. Apesar dos mais de 15 anos de experiência em ralis aqui no Brasil, no Dakar eu ainda estou no começo. Então, com certeza, a grande estrutura e o bom equipamento irão me ajudar, mas eu não estou pensando em vitória. Estou pensando em andar entre os dez pilotos. Quem sabe também andar entre os cinco, mas isso já seria um sonho. Vamos tentar. Só lá para sabermos”, disse.

Para evitar que problemas físicos ou lesões o atrapalhem antes da disputa, Zé Hélio parou seus treinamentos com motocicleta no fim de novembro para estar 100% no início da prova, que começa no dia 1º de janeiro, com largada em Buenos Aires, na Argentina. O piloto trabalhará mais a parte mental para a competição, parte esta que ele considera uma das mais importantes.

“O Dakar é uma luta psicológica sem fim. O psicológico é uma das coisas mais importantes, porque você fica sozinho, longe, chega ao seu limite físico e limite da máquina. Então, se você não controlar o seu psicológico, você não chegará longe”, explicou o pentacampeão dos Sertões.

Serão treze dias de especiais passando pelos percursos mais variados da Argentina e do Chile. Preparado para um dos maiores desafios de sua vida, Zé Hélio aponta algumas características que podem pesar na escolha dos campeões da próxima edição da competição. Segundo ele, a maior dificuldade será o tamanho de cada etapa.

“O Dakar é uma dificuldade a prova toda. Começa com as longas quilometragens. Esse ano há etapas de até 890 quilômetros de etapa e quase todos os dias têm mais de 700 quilômetros. Então, aí já começa as dificuldades. Além disso, há as enormes dunas do Atacama, as moles dunas da Argentina. Dificuldades é o que não falta. Mas é para isso que nós nos preparamos”, afirmou.

Um dos trunfos para alcançar seus objetivos será o apoio dentro das especiais. Com o anuncio do retorno de Jean Azevedo para a categoria motos durante o Dakar, Zé Hélio terá ao seu lado mais uma vez uma das pessoas com quem mais disputou ralis no campeonato brasileiro. Desta vez, no entanto, o pentacampeão contou que, muito mais do que concorrentes, os dois serão amigos durante o evento.

“Eu fiquei muito feliz com a volta do Jean. Ele é um piloto que disputou comigo durante quinze anos e agora está nos carros há três. Mas as nossas disputas sempre foram construtivas. Aliás, eu aprendi muito com ele, que é um piloto que eu gosto de andar junto. Nós somos amigos e brasileiros e lá a ideia é se ajudar e chegar o mais para frente possível”, finalizou Zé Hélio.

Este texto foi escrito por: Caio Martins