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Zé Hélio deixa rivalidade de lado e busca título no Dakar 2009


Dakar Series serviu como preparação (foto: Theo Ribeiro/ www.webventure.com.br)

Aos 29 anos, José Hélio é uma das grandes referências nas motos em competições off-road do Brasil. Com 18 anos de experiência no esporte, ele é tetracampeão do Rally dos Sertões, no qual acumula 13 participações. No Rally Dakar, ele fará sua estréia em janeiro de 2009, após a tentativa frustrada de correr a prova em 2008, que foi cancelada.

Por seis vezes, Zé Hélio fez provas na região onde será o Dakar sul-americano, mas nem por isso ele se considera favorito para a prova. Em entrevista ao Webventure, ele conta também que sua rivalidade com Cyril Despres e Marc Coma, os grandes oponentes da última edição do Rally dos Sertões, vencido por ele, não é seu foco no maior rali do mundo.

“Não tenho vantagem em conhecer a região porque todos os grandes pilotos que virão para o Dakar participaram da mesma prova que eu na Argentina, a etapa do mundial, mas é claro que tenho uma tranqüilidade maior em conhecer parte do percurso, que chega a ser menos da metade do total”, disse o piloto. “O Dakar é uma prova muito longa, o que dificulta ter favoritos”.

Disputa não anunciada – Sobre os concorrentes estrangeiros, Zé Hélio pede a palavra para anunciar ao público que não esperem uma disputa direta entre ele, Despres e Coma. “Vencê-los no Sertões foi um grande mérito meu por já conhecer o terreno da prova e ter experiência. No deserto será diferente, pois a moto deles é muito mais potente que a minha, com praticamente o dobro da potência”, falou ele sobre a sua Honda 450cc.

“Não estou nem um pouco preocupado com essa disputa e estou indo para a prova com o mesmo objetivo de sempre, que é vencer na categoria 450. Nos últimos dois Sertões meu objetivo era o mesmo do Dakar e eu acabei vencendo na geral. Vamos ver o que acontece”, afirma.

Em 2008 houve duas provas do calendário do Dakar Series, provas estas feitas por organizadores locais de Portugal e Hungria e que contou com a participação de Zé Hélio em ambas provas. Mas o piloto não saiu tão contente das competições, sendo que, por problemas em seu equipamento, ele teve que abandonar a prova húngara.

“A prova da Hungria foi muito ruim, muito mal organizada. Já a de Portugal, organizada pela Lagos, foi muito boa. Na Hungria eu abandonei porque sofri uma queda que ocasionou problemas elétricos na moto”, lembrou.

Para suportar os quase dez mil quilômetros do Dakar, Zé Hélio manteve seus treinamentos de preparação física desde o Rally dos Sertões. “Eu continuei o trabalho que já vinha fazendo”.

As dificuldades – A participação de um piloto no Rally Dakar tem um preço extremanente alto, o que comprometeu a participação de muitos deles na prova em todos essas três décadas de existência, porém com a prova na América do Sul, muitos brasileiros se animaram com a proximidade e partiram para a competição.

“O Dakar é um rali muito trabalhoso durante o ano, que não é só montar uma moto e ter preparo físico. Tem a parte burocrática, de patrocínio e que por ser na América do Sul amenizou um pouco o valor milionário que é necessário para ir para a prova”, explicou Zé Hélio, dizendo que esta é a maior dificuldade para correr o Dakar.

Em segundo lugar na escala de dificuldades, segundo ele, fica ter um equipamento resistente, que suporte os dez mil quilômetros. Em terceiro lugar é ter um bom preparo físico e, em quarto, é ter vontade de fazer o rali.

Bem preparado, com o equipamento pronto e prestes a partir para a Argentina, ele pondera que está no melhor momento de sua carreira. “Estou no auge da minha carreira. Correr o Dakar sempre foi um sonho e espero que este ano nenhum tipo de problema me tire esse sonho. Quero fazer uma prova tranqüila com o objetivo de chegar ao final”, declara.

Este texto foi escrito por: Lilian El Maerrawi