
Riardo Contel em primeiro plano explicando sobre a viagem (foto: Daniel Costa/ www.webventure.com.br)
O sonho de viajar para a Antártica foi o tema da segunda palestra do Circuito Webventure deste ano. Zelfa Silva coordenou o evento que teve ainda dois aventureiros que já fizeram a viagem e contaram com detalhes como foi. Os três entusiasmados depoimentos foram ilustrados com uma apresentação de fotos.
Zelfa viaja com o marido para a Antártica desde 1997 e oferece um serviço de organização e guia de expedições para o continente gelado. Silvia Dotta foi a segunda a falar. Ela fez uma viagem mais longa que a tradicional. Ricardo Contel, editor da revista Aventura e Ação, contou da viagem que fez para uma reportagem sobre o continente.
O evento, que aconteceu no auditório da academia Competition, revelou que ao contrário do que a maioria das pessoas imagina, o horizonte gelado fascina cada dia mais os visitantes. Segundo os palestrantes, onze dias vendo uma paisagem majoritariamente branca pela frente não enjoam. É maravilhoso, incansável, comentou Silvia.
A viagem – Foi a dificuldade de viajar para a Antártica pela primeira vez, associada com a fascinação que o lugar causou, que motivou Zelfa a voltar todos os anos oferecendo a possibilidade da viagem à pessoas comuns. Esse é o grande motivo do nosso trabalho, levar pessoas normais a um lugar que antes era visitado apenas por cientistas, revela.
Ela contou detalhes da viagem e explicou as peculiaridades de cada local. O percurso é feito inteiramente por barcos, que viram a casa dos viajantes durante os dias da expediçãp. É possível viajar com um navio quebra-gelo finlandês para alcançar os lugares mais inóspitos desse continente. Pelo menos uma vez por dia, os viajantes saem do barco por meio do Zoriak, uma embarcação menor que leva os passageiros para as ilhas e outros passeios.
De visitas a santuários de pingüins até churrasco em cima do mar congelado, a viagem garante momentos únicos. É muito bom porque os passageiros ficam muito próximos uns dos outros. Viramos uma família, conclui Zelfa.
Com certeza é uma aventura, pois antes de tudo dependemos das condições da natureza, disse Ricardo Contel, que veio dar seu depoimento sobre a viagem que fez com Zelfa para uma reportagem sobre a Antártica. Com certeza, nenhuma viagem é igual a outra, complementou a organizadora.
Segundo os palestrantes, a expedição causa diferentes reações em cada viajante. O depoimento de dois passageiros confirmou essa afirmação. Contel e Dotta fizeram praticamente o mesmo percurso, destacaram os mesmos lugares, mas cada um tem sua lembrança especial da viagem.
Ambos destacaram a Ilha da Decepção como sendo um dos pontos altos da viagem. Foi o melhor lugar que já fui na vida, e, talvez, o melhor da Antártica, disse Silvia. A ilha é de formação vulcânica e freqüentemente os viajantes cavam o solo para se banharem em uma água de 40 graus, bem ao lado do mar congelante. A ilha também foi a primeira estação baleeira do continente, construída em 1888 para o processamento do óleo de baleia. Esse passado deixa um clima meio pesado na ilha, é estranho, ressaltou Contel.
Diferentes impressões – O que me marcou muito foi a aventura, o contato com diferentes paisagens, ambientes. A água era muito gelada, contou Silvia, que teve a oportunidade de conferir de perto o quão fria estava a água raridade nas viagens, ela entrou na água no meio da travessia, a uma temperatura de zero grau. Falar de água a uma temperatura dessa pode parecer estranho, mas, pela salinidade, o mar antártico só congela a uma menos 2,7graus centígrados, explicou Zelfa.
Para Contel, a visão inesquecível é das colônias de pingüins. Eles são muito interessantes e engraçados. Cada colônia é diferente uma da outra, depende da região. Só ficar parado observando-os já vale a viagem, disse. Outra coisa que me impressionou muito foi a preocupação ambiental das empresas de turismo que exploram a região, concluiu.
Este texto foi escrito por: Daniel Costa
Last modified: abril 28, 2005